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ENTREVISTA A SÉRGIO RAMOS

Ao longo da época, foi um dos pilares do sucesso encarnado. Benfiquista de convicção, regressou este ano a casa para ser campeão depois de ter passado por Espanha e Itália. Considerado por muitos como o melhor jogador português a actuar no Campeonato Nacional, numa entrevista a O JOGO deixa entender que o final de carreira já não é uma miragem e que o seu tempo na Selecção acabou. Mas quer continuar a ganhar de águia ao peito.

A ÉPOCA DO BENFICA


O Benfica fez uma época quase perfeita. Qual foi o segredo?
Foi o espírito de equipa. Apesar de termos 30 vitórias na fase regular, não foi uma época fácil. Tivemos um percalço na Taça de Portugal, contra a Ovarense. Foi o único jogo que perdemos contra eles, mas que custou um troféu. Mas aprendemos com os erros e ficámos mais fortes. Preparámos bem a equipa para esta fase final.

Qual foi o momento mais difícil?
O terceiro jogo contra o FC Porto, que era de vida ou de morte, e a eliminatória contra a Académica. Fizeram um excelente play-off e comportaram-se como verdadeiros campeões.

Esperava uma final que acabou por ser fácil, resolvida em quatro jogos?
Não foi fácil. O campeonato decidia-se neste mês e esforçámo-nos imenso. Nos quatro jogos que ganhámos, a Ovarense marcou sempre cerca de 60 pontos, o que diz bem da nossa qualidade defensiva.

E o futuro, como vai ser?
Renovei agora contrato por mais um ano. Vou continuar com o projecto e espero que a maioria dos jogadores se mantenha. Temos campeonato, Taça e Supertaça, e este projecto tem tudo para continuar. O Benfica está a fazer um esforço para apostar nas modalidades, e devemos agradecer isso ao presidente Luís Filipe Vieira.

Qual foi o melhor momento da época?
O facto de termos sido campeões.

E o pior?
A derrota na Taça de Portugal.

A medalha de campeão teve algum destino especial?
A minha mãe, que estava na bancada de Ovar.



A SELECÇÃO NACIONAL



Depois de uma época deste nível, o regresso à Selecção é uma possibilidade?
Não, já é um capítulo encerrado. Há colegas meus que cumprem bem a missão e ocupam a mesma posição que eu. Já vou fazer 34 anos, e o meu tempo passou na Selecção. Desejo-lhes a maior sorte e que consigam o apuramento para o Europeu.

Foi abordado por alguém da federação no sentido de voltar?
Falei com o seleccionador, Moncho López. Expus-lhe as minhas razões, ele compreendeu e desejou-me sorte, e eu a ele. Foi um capítulo encerrado, agradeço a chamada do seleccionador, mas deixei a equipa há dois anos e já não tem lógica nenhuma voltar.

Está arrependido de ter saído?
tá Não, encerrei quando tinha de o fazer, numa fase final do Europeu. Gostava de ter jogado mais e ter contribuído mais a nível individual, mas não foi possível devido às circunstâncias. Mas deixei a Selecção por motivos familiares e, aos 34 anos, já não faz sentido estar lá.


O FUTURO


Este foi o primeiro campeonato depois do final da Liga. Que balanço faz?
O nosso basquetebol tem de ser de exportação e, por isso, de formar jogadores. Não temos capital financeiro para trazer os melhores e por isso temos de apostar na formação. A medida de limitação a três estrangeiros é positiva. Tivemos a infelicidade de estar o Ben Reed lesionado, mas ganhámos o campeonato só com um jogador estrangeiro no cinco-base. Quer dizer que há portugueses de qualidade.

Alguns dos titulares já se conheciam da Selecção. Foi um dos segredos do título?
Obviamente. O facto de grande parte da equipa ser portuguesa ajudou-nos a dizer na cara as coisas que sentíamos. Isso ajudou-nos a crescer. Com os estrangeiros, talvez devido ao seu carácter, isso é mais difícil. Principalmente a nível defensivo, demos um salto enorme desde o início da época até agora. E um dos factores foi esse: o espírito de equipa e o dizermos as coisas na cara.


Fonte: O Jogo

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